Beatificação de 500 católicos recorda guerra civil espanhola
VATICANO (Reuters) - O Vaticano realizou a maior missa de beatificação da história neste domingo, colocando 500 católicos mortos durante a guerra civil espanhola a caminho de uma possível santificação.
No entanto, a cerimônia realizada na Praça São Pedro e assistida por dezenas de milhares de peregrinos espanhóis também revisitou lembranças amargas de um conflito que ainda divide a Espanha.
Muitos padres e líderes da Igreja Católica se aliaram a Francisco Franco durante o conflito ocorrido entre 1936 e 1939, iniciado após um levante militar liderado pelo general contra o governo de esquerda da época e encerrado com sua vitória e o estabelecimento de uma ditadura.
A maior parte dos mártires católicos homenageados no domingo foi morta pelas milícias de esquerda no início dos confrontos, em 1936.
"Os comunistas vieram e o levaram embora, atiraram nele", disse Martin Lozano, descrevendo a morte de seu tio-avô, um padre da cidade de Toledo, assassinado aos 35 anos.
"Esta é uma cerimônia importante para a Espanha, para a nossa história", afirmou Lozano, que foi batizado com o mesmo nome do tio-avô.
Durante décadas, a Igreja Católica na Espanha colheu provas de que centenas de seus membros morreram durante a guerra devido à crença que seguiam, o que os torna elegíveis à beatificação.
A guerra civil ainda é fonte de debate furioso na Espanha e a Igreja tem insistido que não quer que a cerimônia de beatificação seja confundida com um ato político.
O papa Bento 16, falando ao público na praça São Pedro pouco após a cerimônia, disse que os mártires honrados no domingo eram "motivados exclusivamente por seu amor por Cristo".
"A beatificação de hoje nos lembra a importância de seguirmos humildemente o Senhor até ao ponto de oferecermos nossas vidas pela fé", disse pontífice.
Fonte: Reuters
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