terça-feira, 23 de setembro de 2008

Novas Descobertas


Arqueólogos dataram a construção de Stonehenge, o conhecido conjunto pré-histórico de círculos de pedras na planície de Salisbury, no sul da Inglaterra, para o período em torno de 2300 a.C. - um passo importante para descobrir como e porque o misterioso monumento foi criado.


A data, definida pelo método de datação por radiocarbono, é considerada a mais precisa já realizada e significa que as pedras foram colocadas no local 300 anos depois do que se imaginava antes.

A determinação da data foi o principal resultado de uma grande escavação no local por pesquisadores britânicos.

Por séculos, arqueólogos se maravilham com o monumento, já que análises minerais indicam que o círculo original de pedras gigantes foi transportado à planície de um local a 240 km de distância, no sul do País de Gales.

Essa façanha fez com que muitos acreditassem que as pedras tivessem 'poderes'.

Até agora, acreditava-se que a construção do primeiro círculo datava do período entre 2600 a.C. a 2400 a.C.

Para definir a data exata, o professor Tim Darvill, da Universidade de Bournemouth, e o arqueólogo Geoff Wainwright, receberam permissão das autoridades para escavar um pedaço de terra de apenas 2,5 m x 3,5 m entre dois círculos das pedras gigantes.

A escavação produziu cerca de 100 peças de material orgânico das bases das pedras, agora enterradas. Dessas peças, 14 foram enviadas para a Universidade de Oxford para uma análise com radiocarbono.

O resultado indicou a construção para o período "entre 2400 a.C. a 2200 a.C" - o ano de 2300 a.C. foi tirado como uma média.

Uma data ainda mais precisa será revelada nos próximos meses.

"É uma sensação incrível, um sonho se tornando realidade", disse Wainwright, ex-arqueólogo-chefe da English Heritage.

Centro de curas


Darvill e Wainwright acreditam que Stonehenge era um centro de curas - "uma Lourdes neolítica" para a qual os enfermos viajavam para serem curados pelos poderes do arenito cinzento, conhecido como "pedras azuis."

Eles apontam para o fato de que "um grande número" de cadáveres encontrados em túmulos perto do local mostra sinais de doenças e ferimentos físicos sérios e uma análise dos dentes mostra que "cerca de metade" dos corpos era de pessoas que "não eram nativas da região de Stonehenge."

Mas sem uma data precisa para a construção de Stonehenge tem sido difícil provar essa ou qualquer outra teoria.

Curiosamente, o período estabelecido pelo método de radiocarbono bate com a data do enterro do chamado "Arqueiro de Amesbury", cujo túmulo foi descoberto a cerca de 4,8 km de Stonehenge.

Alguns arqueólogos acreditam que ele seja a chave para entender a razão pela qual Stonehenge foi construído. Os restos mortais dele foram datados para o período entre 2500 a.C. e 2300 a.C.

Análises do cadáver do arqueiro e de artefatos encontrados no túmulo dele indicam que ele seria um homem rico e poderoso, com conhecimento de trabalho com metais, e que tinha viajado da região dos Alpes europeus para Salisbury por razões desconhecidas.

Análises também indicaram que ele sofria de um ferimento no joelho e de um problema dentário potencialmente fatal, o que fez com que Wainwright e Darvill acreditassem que o arqueiro tenha ido para Stonehenge em busca de cura.

Debate


Mas outros pesquisadores acreditam que não se pode descartar outras teorias para a construção do monumento.

"A teoria de que foi um centro de curas é plausível, mas eu não acredito que possamos descartar outras - que o templo era um ponto de encontro entre a terra dos vivos e a dos mortos, por exemplo", disse Andrew Fitzpatrick, da Wessex Archaeology.

"Eu não estou convencido de que o 'Arqueiro de Amesbury' tenha vindo para Stonehenge para ser curado. Eu acredito mais que ele era um metalúrgico que viajou para o local para vender seus conhecimentos", afirmou.

"De qualquer forma, ainda não está claro se o enterro dele aconteceu mesmo antes de Stonehenge", concluiu.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

ETA - Atentados

Em 24 horas, três atentados reivindicados por separatistas bascos causaram destruição.

Um carro-bomba explodiu nesta segunda-feira em Santona, no norte da Espanha, matando um militar e ferindo várias pessoas.

O ataque a uma academia militar aconteceu à 1h (20h de domingo, no horário de Brasília). Uma hora antes da explosão, a polícia recebeu um telefonema de um homem alertando sobre o carro-bomba. Ele disse que o ataque estava sendo feito em nome do grupo separatista basco ETA.

A polícia ainda estava isolando o local, quando o carro-bomba explodiu, matando o policial Luis Conde de la Cruz.

Outro oficial foi levado para o hospital e diversas pessoas que passavam pelo local ficaram levemente feridas.

Os ministros da Defesa e do Interior da Espanha viajaram para a cidade para ver os estragos causados pelos atentados. Santona fica na região da Cantabria, que é vizinha do país basco.

Este é o terceiro ataque reivindicado pelo ETA em 24 horas. No domingo, bombas explodiram em um banco e uma delegacia nas cidades bascas de Vitória e Ondarroa. As explosões deixaram 11 feridos.

O ataque de segunda-feira também é o sétimo desde que o grupo rompeu um cessar-fogo em dezembro de 2006, depois que negociações com o governo fracassaram.

Na semana passada, a Suprema Corte da Espanha declarou ilegais dois partidos bascos, que teriam agido em favor dos militantes do ETA.

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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Fetos de múmias gêmeas podem ser filhas de Tutancamon

Dois fetos mumificados encontrados na tumba do faraó egípcio Tutancâmon poderiam ser de suas filhas gêmeas que nasceram mortas, indica a análise preliminar do DNA dos corpos pelo anatomista britânico que há quatro décadas estuda os despojos do rei egípcio.

As novas descobertas serão apresentadas nesta segunda-feira pelo professor Robert Connolly, da Universidade de Liverpool, em uma conferência sobre farmácia e medicina do Egito Antigo na Universidade de Manchester.

"Estudei uma das múmias, a maior, em 1979, determinei o grupo sangüíneo desta múmia bebê e comparei com o grupo sangüíneo de Tutancâmon que defini em 1969. Os resultados confirmaram que este feto maior poderia ser da filha de Tutâncamon", afirmou Connolly.

"Agora acreditamos que são gêmeas e ambas suas filhas. A análise do DNA que está sendo realizada pelo grupo do Dr. Hawass, no Egito (Zahi Hawass, secretário-geral do Conselho Supremo de Antigüidades egípcio), vai contribuir com outra peça-chave para essa questão."

Os fetos foram encontrados na tumba de Tutancâmon, em Luxor, em 1922. Sabe-se que o faraó, que morreu há três milênios quando tinha apenas 19 anos, casou-se com Ankhesenamun, filha da rainha Nefertiti, aos 12 anos de idade. Mas o casal não teve nenhum filho que tenha sobrevivido, acreditam os estudiosos.

Connolly afirmou que a tese dos dois bebês gêmeos "se encaixa bem na idéia de uma única gravidez de sua jovem esposa".

"É uma descoberta muito animadora, que não apenas pinta um retrato mais detalhado da vida e morte desde jovem rei, como também nos conta mais sobre sua linhagem", acrescentou.

Os despojos de Tutancâmon foram examinados em testes de DNA e tomografia computadorizada em 2005. Estas foram as primeiras múmias a serem submetidas a estes testes, na tentativa de aportar novas informações à história dos governantes egípcios da Antigüidade.

Tutancâmon governou o Egito de 1.333 a 1.324 a.C. Acredita-se que tenha chegado ao trono aos nove anos de idade.

A diretora da conferência, a professora Rosalie David, disse que a tumba e a múmia de Tutancâmon "têm nos dado muita informação sobre a vida no Egito Antigo, e pelo jeito continuarão dando por algum tempo".

O evento em que as conclusões serão apresentadas reúne mais de cem delegados de cerca de dez países e é realizado em parceria entre a Universidade de Manchester e o Centro Nacional de Pesquisas, no Cairo.

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