segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Meninas da China

Desprezo à vida humana chega ao cúmulo na China. Corpo de menina passa horas na sarjeta

Este é o mundo dos "homens",
seres viventes que se autodenominaram
como "animais racionais".

Já pensaram para onde estamos
indo com essa "racionalidade humana"?

Que Mundo é Esse?

A imagem é extremamente chocante mas temos que mostrá-la. As pessoas têm que saber desse tamanho desprezo à vida. Uma bebê recém-nascida jaz morta na rua, descartada como um pedaço de lixo, sob a indiferença dos que passam!

Ela é apenas mais uma vítima da política cruel do governo Chinês: o limite de um filho por família com aborto compulsório.

Aconteceu na província chinesa de Hunan. Uma cena inimaginável de horror e crueldade: o corpo de uma menina jogado na rua. Ônibus e bicicletas passam espirrando poeira e terra no cadáver. Dos que passam, poucos dão atenção. Durante horas, as pessoas ignoraram a menina...

Ela é mais uma das milhares de meninas recém-nascidas que são abandonadas a cada ano em conseqüência da política do governo Chinês: o aborto e o limite de 2 crianças por família. A única pessoa que tentou ajudar a criança declarou: "Acho que ela acabou de morrer. Eu a toquei e estava ainda quente. Ainda saía sangue de seu nariz."

Essa senhora chamou o pronto-socorro mas ninguém apareceu: "O bebê estava perto do escritório fiscal do governo e muitas pessoas passavam e não faziam nada... Eu tirei fotos porque isso é algo terrível... Os policiais quando chegaram ficaram mais preocupados com minhas fotos do que com o bebê." A polícia só liberou a senhora quando ela entregou o filme. Na China, muitos acreditam que "filhas são um desperdício"...

Mas Que Mundo É Esse?

O governo da China, país mais populoso do mundo com 1,3 bilhões de pessoas, impôs sua política de restrição à natalidade em 1979.

Os métodos usados causam muita miséria: os pais, aterrorizados de serem descobertos pelo governo, abandonam e matam seus próprios filhos.

Oficialmente, o governo condena o uso da força ou crueldade para controlar a natalidade. Mas na prática, os encarregados do controle sofrem tanta pressão para limitar a natalidade que recorrem a esquadrões de aborto. Esses esquadrões arrastam as mães "clandestinamente" grávidas e as mantêm em cárcere até se submeterem ao aborto.

Já houve mães que foram executadas por se recusarem a abortar. Outras famílias receberam penas de 10 mil yuans (sete vezes o salário anual de um camponês), esterilização compulsória e confisco de propriedade. Outras mães conseguem ter sua criança escondidas, mas sua família é perseguida e torturada para que denuncie o paradeiro da gestante e elas encontram suas casas incendiadas ao voltar.

As crianças que nascem nessa situação não recebem instrução escolar, nem cuidados médicos ou qualquer outro benefício social. Muitos pais vendem suas crianças para outros casais a fim de escapar da punição do governo Chinês...

As meninas são as maiores vítimas da pressão intolerável para limitar a família. Na China rural, onde 80% da população vive, muitos camponeses acreditam que apenas os meninos podem levar a família adiante e consideram que seria uma grande desonra para seus ancestrais se eles não terem um herdeiro.

Normalmente, as filhas continuam vivendo com a família depois do casamento e são consideradas um "investimento perdido". Nas regiões rurais se permite um segundo filho(a), mas quando a segunda criança é outra menina, isso é tido como um desastre. Um homem ficou tão revoltado ao ter a segunda filha que ele estrangulou as duas. Um outro jogou sua filha em um poço abandonado para que ninguém soubesse que ela existiu.

De acordo com estatísticas oficiais, 97,5% das crianças abortadas são meninas. Se acredita que muitas são vendidas à casais inférteis para que as autoridades não tomem conhecimento.

O resultado é um desequilíbrio entre as populações masculina e feminina. Milhões de homens não conseguem encontrar uma esposa. Já existe o tráfico de mulheres. Em alguns lugares há 6 homens para cada mulher.

Por fim, um senhor pegou o corpo da menina, colocou em um caixote e jogou na lata de lixo...

Mas Que Mundo É Esse?

Estima-se que 17 milhões de meninas estejam "faltando" na população da China. O infanticídio e abandono são os principais fatores. O aborto selecionado por sexo é proibido, mas o exame de ultra-som que determina o sexo é facilmente conseguido com suborno.

As crianças que sobrevivem acabam em orfanatos precários. O governo Chinês insiste na política de limitar as famílias e ignora o problema da discriminação contra filhas mulheres.

A assistente social Wu Hongli explica que "Os programas educacionais têm tido bastante sucesso em algumas áreas rurais, mas ainda há um vasto trabalho a ser feito. Tantas tragédias são ignoradas a cada dia que sinto vontade de chorar."

(Fotos e informações do artigo de Abigail Haworth publicado na revista Marie Claire, de Junho de 2001, edição norte-americana, enviadas por leitora deste site.)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

DEMOCRACIA

Democracia

Por Guilherme de Franco

Democracia é um termo muito, mas muito antigo e que apesar disso continua sendo um tema atual e polêmico. Embora atualmente alguns políticos brasileiros tenham utilizado essa palavra em vão, uma democracia plena tem muitas vantagens. Não é apenas “coisa de grego” não! Tem sua origem na Grécia Antiga, isso é bem verdade, e a democracia foi a responsável por reformular todo o sistema político grego que antigamente atribuía aos governantes um caráter de descendência mítica, que assegurava o poder dos políticos deixando-os mais fortes que o próprio povo, como se fossem filhos dos deuses, o que facilitava e muito as ditaduras. Assim, com o surgimento da democracia esse caráter mítico se desfaz e a forma de governo se modifica, sendo substituído pela representação individual na escolha dos governantes. O indivíduo aparece então na política. Desta forma, Ditadura e Democracia são opostos.

Porém há enormes diferenças entre a democracia grega e a democracia atual, porque possuímos diferentes conceitos de cidadania e Estado. Na Grécia, para participar ativamente da vida política era necessário ser cidadão. Além dos escravos, tanto os públicos como os domésticos estavam excluídos da cidadania, contavam-se ainda os estrangeiros e seus filhos, que igualmente não eram considerados cidadãos. As mulheres, independentemente da sua classe social ou origem familiar, encontravam-se afastadas da vida política apesar de influenciar seus maridos no ambiente doméstico, de forma indireta. Você acha que a frase “Atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher” vem de onde? Mesmo assim, apenas um décimo da população participava da vida política. Se Democracia significa “poder do povo”, esse “povo” da Grécia eram apenas os mais nobres e ricos. É importante pensarmos o que consideramos “povo brasileiro” hoje em dia e se temos realmente esse poder individual que em conjunto pode tomar grandes decisões.

Atualmente no Brasil o voto é obrigatório por lei para alfabetizados entre 18 e 70 anos e opcional para jovens entre 16 e 18 anos. Também é opcional para analfabetos e cidadãos maiores de 70 anos de idade *. Mesmo assim a maioria da população ainda não participa ativamente da vida política do país. A abertura política no Brasil ainda é um fato muito recente, bem como o processo de redemocratização pelo qual o Brasil passou a partir 1985 após a Ditadura Militar. Apenas na Constituição de 1891 o voto censitário foi abolido, podendo votar apenas os homens maiores de 21 anos alfabetizados. Porém o voto feminino só foi conquistado plenamente e estendido a todas as mulheres em 1974.

Apesar de tantas conquistas ao longo dessa “História da Democracia”, o nosso sistema eleitoral possui ainda muitas deficiências e embora a cidadania tenha sido ampliada é muito difícil encontrar alguém que use seu poder individual de forma consciente e responsável. Comece pensando de que forma você participa da política no seu dia a dia e como você faz para votar em seus governantes nas eleições. Se “cada povo tem o governo que merece” que governo gostaríamos de ter? Um governo corrupto e que abandona o povo ou um governo sábio e que cuide de nós? Cabe a cada um de nós decidir o destino do nosso país, todos os dias. Por isso da próxima vez que pensar em política, pense antes de tudo no bem comum, o bem de todos. E “que a força esteja com você!”.

* Segundo dados do TRE – Tribunal Regional Eleitoral

Glossário:
Descendência mítica:
O que chamamos de descendência mítica nada mais é que a justificativa que os gregos antigos tinham para estar no poder. Ou seja, os governantes poderiam ser governantes pois descendiam de deuses, semi-deuses, heróis, etc. Uma justificativa muitíssimo parecida com aquelas que garantiam poderes ilimitados aos reis absolutistas na Europa dezenas de séculos depois.
Voto censitário: Voto que depende da renda do votante. Por muito tempo o voto brasileiro foi censitário. Porém este tipo de voto restringe muito a participação política do país. Assim apenas a elite decidia sobre o futuro do Brasil, deixando o povo excluído do sistema.



Links Interessantes:

http://www.tre-sp.gov.br/duvidas/votacao.htm
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/politica/democracia.htm
http://www.nethistoria.com/index.php?pagina=ver_texto&titulo_id=98
http://www.renatojanine.pro.br/FiloPol/democracia.html